segunda-feira, 8 de junho de 2015

Castração: o momento certo pode ser “agora”


Proprietários podem castrar seus animais antes do que imaginam
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Ainda existem veterinários que recomendam a castração após o primeiro cio, ou até mesmo, depois de uma primeira cria. Não há motivos para essa espera, alimentada por folclores e saberes antigos da medicina veterinária. Para a professora de técnicas cirúrgicas da UNIP de Bauru, Sílvia Sgarbosa, os novos profissionais têm em mente a sociedade como um todo e não mais apenas o seu trabalho com os bichos e, por isso, sabem da importância de questões como a do controle animal, além das demais vantagens trazidas pela esterilização dos cães e gatos.
O momento mais indicado para se realizar a cirurgia, desde que esta aconteça antes do primeiro cio, pode variar de acordo com o profissional e os procedimentos envolvidos, diz a doutora. Ela recomenda que a castração seja feita após a última vacinação, aos seis meses de idade. “Nos EUA, as técnicas de esterilização permitem que os animais sejam castrados entre 3 ou 4 semanas de vida. Nesses casos a incisão é tão pequena que os animais precisam ser tatuados na parte interior da pata traseira para serem diferenciados dos que não passaram pela operação”, explica.
Aumento da demanda
O veterinário Jorge Luiz Kachan conta que houve um aumento na demanda de castrações em seu consultório. Os dois principais motivos são o incentivo à prática dado pelo programa Veterinário Solidário organizado pelaARCA Brasil, do qual Kachan faz parte, e o fato de que animais castrados nos seis primeiros meses de vida têm maior longevidade. “O trabalho consiste em conscientizar para a importância da castração e oferecer valores acessíveis para o procedimento”, diz. O médico atende com preços reduzidos os clientes sem condições financeiras todas as quintas-feiras em seu consultório. (saiba mais sobre o projeto Veterinário Solidário)

Além da conscientização e o aumento da longevidade, o crescente número de castrações se deve às provas científicas de que o procedimento só traz vantagens para o animal. Segundo a doutora Aline Machado De Zoppa, membro da ANCLIVEPA-SP (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais no Estado de São Paulo) e professora de Patologia Cirúrgica da FMU, a castração precoce das fêmeas caninas vem sendo aconselhada pelos veterinários mais atualizados, “sabe-se que, nas fêmeas castradas antes de seu primeiro cio, a incidência de neoplasia mamária [câncer de mama] diminui em 99,9%. Este dado é importante ao se constatar que a mastectomia [remoção de mama] corresponde a mais de 60% das cirurgias feitas em clínicas veterinárias particulares, normalmente devido a um tumor”, diz ela.
Aline considera importante realizar a esterilização com profissionais veterinários bem preparados. “A inexperiência de alguns colegas tem feito da cirurgia de castração um grande problema pois, com técnicas pouco adequadas, o animal obtêm mais problemas do que soluções após a operação”, alerta. Nos machos a esterilização é realizada por meio da orquiectomia, ou seja, a extração dos testículos. Nas fêmeas acontece a ovário-histerectomia, nome dado à retirada cirúrgica do útero, das trompas e do ovário. Graças às técnicas de anestesia, os animais não sentem a mínima dor durante os procedimentos.


Natalidade controlada
Não só os veterinários estão cada vez mais conscientes da necessidade de se esterelizar os animais de companhia. Quando uma pessoa confunde a castração com “crueldade”, proprietários experientes como a dona de casa Melissa Lâinna já sabem a resposta: “Injustiça é deixar o animal procriar e encher mais as ruas com animais sem lar, que certamente não sobreviverão. Essa idéia de que os animais precisam dar uma cria para terem saúde é ultrapassada. Animais precisam de vida digna e não de um monte de filhotes morrendo ao seu redor”.

A finalidade de se castrar um cão ou um gato – tanto os machos como as fêmeas –, por meio de uma cirurgia, é impedir que eles se reproduzam sem controle. Cada cadela ou gata pode gerar milhares de descendentes em apenas cinco anos. Não existem casas e abrigos suficientes para todos esses animais e a maioria deles terminam na rua, expostos aos maltratos, à fome, ao frio e a todos os tipos de doenças (entre elas, as Zoonoses, que podem ser transmitidas aos humanos).
A ARCA Brasil, além de promover palestras e debates sobre controle populacional e o programa Veterinário Solidário, tem – em todo país – um histórico de campanhas para divulgar a importância e os mitos de se castrar um animal. As principais ações da ONG em relação ao tema tiveram início em 1996, com uma experiência inédita no Brasil, num projeto em que a prefeitura de Taboão da Serra (Grande São Paulo) doou medicamentos para as clínicas veterinárias, que realizaram castrações a preços acessíveis para toda a população. (Conheça nosso projeto em Taboão da Serra)
Apesar da grande mobilização, ainda existe bastante confusão sobre a questão e muitas pessoas ainda têm resistência à idéia de se castrar um animal. Para sanar possíveis dúvidas e desentendimentos, confira a seguir o que é verdade e o que é folclore sobre a castração:


Verdades
1) A castração diminui drasticamente o risco de doenças nas vias uterinas e, principalmente, do câncer de mama, útero, próstata e testículos;
2) Elimina a Gravidez Psicológica, estado presente em algumas fêmeas após o término do cio, o que ocasiona aumento das mamas (muitas vezes com edema) com produção de leite e irritabilidade excessiva;
3) Elimina o risco do câncer dos órgãos genitais;
4) Diminui o risco das fugas e brigas, que podem acarretar acidentes graves e até fatais;
5) Acaba com os latidos, uivos e miados excessivos que ocorrem por ocasião do cio;
6) Elimina os estados de excitação por falta de cruzamentos – (e o embaraço gerado com as visitas);
7) Nas cadelas, elimina a inconveniente perda de sangue no período de cio, assim como as desagradáveis reuniões de machos na porta de sua residência;
8) Diminuiu o hábito dos gatos de urinar em paredes e móveis para marcar território. A urina também perde o odor forte e desagradável.
Mitos
- “Castração engorda?”
O animal não engorda devido à castração e sim pela diminuição de suas atividades físicas, necessitando, portanto, mais exercícios.

- “Eu não posso pagar!”
O custo da operação será amplamente compensado por futuros custos com alimentação, vacinas, entre outras coisas do animal gestante e das crias, bem como eventuais complicações no parto ou despesas com cirurgias e medicamentos decorrentes de doenças em animais não castrados (ex. Piometra). Hoje, várias clínicas realizam castrações a preços reduzidos ou facilitam o pagamento. Consulte os Veterinários Solidários.

- “Eu sempre arrumo pra quem dar os filhotes”
Nem sempre isso é verdadeiro, sendo mais comum a atitude de querer se livrar de um problema. É sempre bom lembrar que uma fêmea pode gerar dezenas de filhotes que, por sua vez, crescerão e terão outras crias, multiplicando o problema. Para que deixar novos filhotes nascerem se já não há lares suficientes para os que já existem?

- “Ele não tomará mais conta da casa.”
Os animais castrados não perdem o instinto de proteger seu território. Por outro lado, perde o indesejável costume de urinar em diversos cantos. Cabe ainda lembrar que animais castrados ficarão mais caseiros, deixando de se envolver em brigas na disputa de fêmeas.

- “Mas ela precisa ter pelo menos uma cria”
Ter uma cria não acrescenta saúde ao animal e sim mais animais ao problema. Pesquisas mostram que, quanto mais cedo for realizada a castração, menores as chances da fêmea desenvolver câncer de mama. A castração também prevenirá o surgimento de Piometra, doença freqüente em fêmeas adultas.

- “Meu animal vai sofrer?”
A cirurgia, feita sob anestesia geral, é indolor. Dentro de um ou dois dias, o animal estará brincando e retomará suas atividades normais.

- “Eu estarei interferindo na natureza do meu animal?”
Seu animal não tem escolha, segue apenas o instinto. É dever do proprietário intervir e prevenir nascimentos indesejados, agindo da maneira mais correta. O animal será beneficiado e não subtraído de algo.

fonte:http://www.arcabrasil.org.br/

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