Animais de raça e até mesmo vira-latas viram feras quando os donos estão em perigo.
Alguns recebem homenagens, como Salomão, o cachorro que ganhou memorial em SP.
Alguns recebem homenagens, como Salomão, o cachorro que ganhou memorial em SP.
O corajoso poodle Beethoven avançou contra um pit bull para salvar o dono (Foto: Nerivelton Araújo/AAN)
Animais de estimação têm lugar garantido na casa de seus donos, mas alguns acabam conquistando a afeição até de desconhecidos. É o caso de cachorros valentes que enfrentam qualquer coisa – até mesmo um cão com o dobro da força e do tamanho – para defender o dono ou a família inteira.
O poodle Beethoven ficou famoso em Campinas, cidade a 95 km de São Paulo, após ter enfrentado um pit bull, em junho, para impedir que a família do guarda municipal Paulo de Sá fosse atacada pelo animal que invadiu a casa. A briga entre os cães foi apartada pelo guarda e Beethoven ficou gravemente ferido. Mas, rapidamente, o poodle se recuperou e virou o xodó da família. “Eu considero Beethoven um herói porque, se não fosse ele, o pit bull poderia ter atacado qualquer pessoa, até uma criança”, afirma o dono.
O poodle Beethoven ficou famoso em Campinas, cidade a 95 km de São Paulo, após ter enfrentado um pit bull, em junho, para impedir que a família do guarda municipal Paulo de Sá fosse atacada pelo animal que invadiu a casa. A briga entre os cães foi apartada pelo guarda e Beethoven ficou gravemente ferido. Mas, rapidamente, o poodle se recuperou e virou o xodó da família. “Eu considero Beethoven um herói porque, se não fosse ele, o pit bull poderia ter atacado qualquer pessoa, até uma criança”, afirma o dono.
Heroínas também são as cadelas da raça labrador Anny e Dara, do Corpo de Bombeiros, que se aposentaram com honras depois de oito anos de serviço. As duas participaram de inúmeros salvamentos no Brasil, incluindo o resgate da primeira vítima de desabamento a ser localizada com vida, em 2000.
Os cães da raça de Anny e Dara são considerados mais protetores, segundo o veterinário Rodrigo Caldas. Não é à toa que ele mesmo tem um desses em casa. Mas o especialista pondera: “isso depende muito do instinto do animal, não há uma regra”. Ele aponta que cães de grande porte, como o pastor alemão e o golden retriever, são mais suscetíveis à proteção e defesa.
Orgulho
Para a empresária Adriana Sandonati, dona de um cemitério para animais de estimação na Grande São Paulo, só há um herói no mundo: o cocker spaniel Set, que foi resgatado da rua por ela quando ainda era um filhote.
Adriana conta que, há cinco anos, estava dirigindo com Set no carro quando foi abordada por um motoqueiro que anunciou o assalto e enfiou a mão pela janela da motorista. Segundo Adriana, o cachorro mordeu a mão do assaltante, que se afastou do carro. Não satisfeito, Set pulou para fora do carro pela janela e foi em cima do assaltante. “Nessa hora, ele foi atropelado por um carro”, relembra, Adriana, emocionada.
“Aconteceu tudo muito rápido, mas até hoje sou orgulhosa por ele ter me protegido”, afirma. Por ter se sacrificado para salvar a dona, Set ganhou um porta-retrato em local visível na recepção do cemitério.
Monumento na praça
O vira-lata Salomão era um cachorro sarnento e faminto que perambulava pela Praça Oscar da Silva, na Vila Guilherme, Zona Norte da capital paulista, quando foi adotado pelo caminhoneiro Valdir Macedo de Carvalho. O animal recebeu carinho e cuidados médicos, se recuperou das doenças, ganhou peso e virou mascote dos moradores da localidade.
“Oficialmente, ele era meu, mas não adiantava criar ele dentro da minha casa porque, toda vez que eu abria o portão, ele escapava e ia para a praça”, relembra o motorista. Com esse espírito livre, Salomão fez amizade com adultos e crianças e costumava acompanhá-los pela rua. Mas em um desses passeios, em 2004, ao seguir o barbeiro José Augusto Pires Neto, Salomão foi atacado por um rottweiler que fugiu da casa onde morava. O vira-lata não resistiu aos ferimentos e morreu.
“Oficialmente, ele era meu, mas não adiantava criar ele dentro da minha casa porque, toda vez que eu abria o portão, ele escapava e ia para a praça”, relembra o motorista. Com esse espírito livre, Salomão fez amizade com adultos e crianças e costumava acompanhá-los pela rua. Mas em um desses passeios, em 2004, ao seguir o barbeiro José Augusto Pires Neto, Salomão foi atacado por um rottweiler que fugiu da casa onde morava. O vira-lata não resistiu aos ferimentos e morreu.
Vizinhos da Praça Oscar da Silva, onde vivia o cachorro Salomão, criaram uma espécie de memorial após a morte dele (Foto: Claudia Silveira/G1)
A comunidade ficou tão abalada com o ocorrido que decidiu não esquecer Salomão. Menos de um mês depois, o cachorro ganhou um memorial na praça onde frequentava. Carvalho acredita que Salomão foi herói por ter salvado o amigo barbeiro do ataque do cachorro feroz. “O cachorro poderia ter acatado o homem também”, diz.
Mesmo depois que quatro anos se passaram, os frequentadores da praça não esquecem o vira-lata. Chegando lá, é só perguntar onde fica a homenagem, que sempre tem alguém que conhece a história de Salomão, mesmo quem foi morar no bairro depois que o cachorro morreu, como o aposentado Antônio Joaquim Esteves. “Vim morar na Vila Guilherme no mesmo mês que Salomão morreu, e tenho carinho por ele mesmo sem tê-lo conhecido”, revela o aposentado que ajudou a reportagem a localizar o memorial em homenagem a Salomão.
Mesmo depois que quatro anos se passaram, os frequentadores da praça não esquecem o vira-lata. Chegando lá, é só perguntar onde fica a homenagem, que sempre tem alguém que conhece a história de Salomão, mesmo quem foi morar no bairro depois que o cachorro morreu, como o aposentado Antônio Joaquim Esteves. “Vim morar na Vila Guilherme no mesmo mês que Salomão morreu, e tenho carinho por ele mesmo sem tê-lo conhecido”, revela o aposentado que ajudou a reportagem a localizar o memorial em homenagem a Salomão.
fonte:http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL649203-5605,00.html
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